Após a repercussão da Operação Iscariostes da Polícia Federal que investiga o promotor de Justiça do Piauí, Mauricio Verdejo e o assessor jurídico André Bispo, suspeitos de exigir propina de R$ 3 milhões para arquivar um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) contra o empresário Junno Pineiro de Parnaíba, ao Tribunal de Justiça (TJ-PI), uma nova testemunha compareceu à sede da Polícia Federal. Advogado, André Bispo, era assessor jurídico lotado na 1ª Promotoria do Ministério Público de Bom Jesus, onde o promotor também respondia. Ele foi exonerado no dia 8 de agosto, um dia depois da deflagração da operação pela PF e o MPPI.
Ao Cidadeverde.com, o delegado da Polícia Federal Ezequias Martins revelou que dias após a divulgação do caso, uma testemunha, que seria 'Mãe de Santo', compareceu voluntariamente à Polícia Federal. Ela afirmou aos policiais que André Bispo teria comparecido à instituição religiosa ao qual ela faz parte com uma doação de R$ 15 mil.
“Ela compareceu voluntariamente à Polícia Federal, narrou a versão acerca do fato, narrou que teria recebido os R$ 15 mil de doação e ficou de fazer a devolução por uma conta judicial”, conta.
A mulher alega que a doação foi feita pelo assessor em notas de R$ 200. Durante a investigação do caso, a Polícia Federal afirma que foram encontrados elementos tanto contra o promotor, quanto o seu assessor.
No cumprimento de uma segunda busca decretada judicialmente foram localizadas três cédulas de R$ 200 na carteira do assessor. As cédulas eram as mesmas que foram digitalizadas pela Polícia Federal.
Entenda o caso
O promotor de justiça foi alvo da Operação Iscariotes, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Procuradoria-Geral de Justiça do Ministério Público do Piauí (PGJ/MPPI) no dia 7de agosto. A ação foi realizada após suspeitas de que o servidor público teria exigido R$ 3 milhões para arquivar um procedimento investigatório criminal contra um empresário.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão em Teresina, foram apreendidos R$ 900 mil, além de documentos e aparelhos eletrônicos. As apurações se iniciaram apenas há uma semana e, em razão da gravidade dos fatos, exigiu-se esforço concentrado da PF com a PGJ/MPPI.
Em nota, o MPPI destacou que foi a própria instituição que remeteu a representação contra o promotor e ressaltou que o processo do caso está em segredo de justiça.
De acordo com a PF, a vítima relatou que foi abordada pelo promotor em um restaurante e que ele teria dado um prazo de poucos dias para que o empresário pagasse a quantia exigida para não ser mais investigado. Após diligências, a equipe de investigação confirmou os relatos do empresário e registrou o recebimento de parte do montante pelo promotor
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