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Delegado alerta pais sobre criminosos que usam a internet para cometer “estupro virtual” de crianças

O “estupro virtual” é um crime no qual a vítima é coagida, ameaçada ou manipulada a realizar atos de natureza sexual no ambiente digital, como o envio de imagens íntimas, participação em vídeos ou simulação de práticas sexuais sob pressão psicológica

Redação Geral
Por: Redação Geral Fonte: cidade verde
03/03/2025 às 10h01
Delegado alerta pais sobre criminosos que usam a internet para cometer “estupro virtual” de crianças
Foto: Freepik

Após a prisão de um homem em Minas Gerais, suspeito de produzir, armazenar e compartilhar material relacionado a abuso sexual infantojuvenil de uma adolescente do Piauí, o delegado Humberto Mácola, coordenador da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), alertou pais e responsáveis sobre criminosos que utilizam plataformas virtuais para cometer "estupro virtual" contra menores de idade.  

“As plataformas são amplamente utilizadas por criminosos que se passam por crianças em chats e abordam as vítimas, contando histórias, criando uma relação de confiança e, em muitos casos, levando a conversa para o WhatsApp ou outra plataforma mais privada. A partir daí, há uma troca de mensagens e imagens, e começa a prisão psicológica, com ameaças e extorsão”, explicou o delegado.  

O “estupro virtual” é um crime no qual a vítima é coagida, ameaçada ou manipulada a realizar atos de natureza sexual no ambiente digital, como o envio de imagens íntimas, participação em vídeos ou simulação de práticas sexuais sob pressão psicológica.

Embora não envolva contato físico, a violência ocorre por meio da intimidação e do controle emocional, muitas vezes caracterizando crimes como estupro de vulnerável, extorsão e armazenamento de material ilícito. 

Recentemente, uma vítima piauiense foi alvo de um criminoso, o suspeito foi preso pela Polícia Federal (PF) na cidade de Uberlândia durante a Operação Carcará 16. A investigação apurou que o mineiro se aproximou da jovem se passando por um adolescente em 2023, quando a menina tinha apenas 10 anos. Após conquistar sua confiança, a vítima passou a ser coagida a ingerir detergente e a se mutilar, em sessões de abuso psicológico e tortura online.  

"As pessoas estão em suas casas sendo bombardeadas por essas tentativas de abordagem, seja por meio de links falsos, em canais de jogos de videogame para crianças, em jogos online ou em plataformas de relacionamento. Uma criança de 12 anos já tem acesso a essas plataformas e está suscetível à abordagem desses criminosos”, destacou Mácola, orientando como pais e responsáveis devem agir.  

"A principal recomendação é monitorar o uso da internet pelos filhos. Existem ferramentas que permitem esse acompanhamento, mas o diálogo também é essencial. Converse com seu filho para que, caso ele esteja sendo ameaçado na internet ou abordado de maneira inapropriada, possa comunicar imediatamente os pais ou alguém de confiança. Dessa forma, podemos ser acionados para investigar", informou o delegado.  

Golpe do investimento  

Além dos crimes contra crianças e adolescentes, o coordenador da DRCI alertou sobre o aumento das fraudes envolvendo falsas plataformas de investimentos no Piauí. “Há tanto casos de pessoas que prometem um ganho muito rápido, recebem um valor e simulam um investimento que não existe, quanto de plataformas fraudulentas disponíveis em lojas virtuais, induzindo a vítima a baixar aplicativos suspeitos”, explicou.  

“Essas plataformas, na verdade, são golpes criados por criminosos. A pessoa deposita dinheiro via PIX ou outro meio e vê a plataforma indicando um suposto lucro, muitas vezes de 10% ao mês, o que não é real. De repente, o dinheiro desaparece", completou o delegado, aconselhando a população a sempre desconfiar dessas operações.  

"Nossa recomendação é não acreditar em promessas de ganhos fáceis. É fundamental buscar plataformas reconhecidas no mercado. Existem opções seguras, como os correspondentes bancários. Converse com seu gerente e evite ser mais uma vítima. Temos registros de pessoas que perderam entre R$ 50 mil e R$ 700 mil nesses esquemas fraudulentos", concluiu Mácola

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