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Vizinha presa é inocente e avó e marido dela mataram familiares envenenados; veja conclusões do inquérito

O inquérito foi concluído pelo delegado Abimael Silva que indiciou o casal (Francisco de Assis e Maria dos Aflitos)  por 23 crimes que pode levar a mais de 200 anos de prisão. Os assassinatos foram por crime de ódio, segundo o inquérito, devido ao conflitos de morarem 12 pessoas em uma pequena casa de dois quatros, uma sala e cozinha

Redação Geral
Por: Redação Geral Fonte: cidade verde
07/03/2025 às 07h28
Vizinha presa é inocente e avó e marido dela mataram familiares envenenados; veja conclusões do inquérito
Foto: Reprodução

A investigação da Polícia Civil do Piauí apontou que os presos Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos, e Maria dos Aflitos Silva, 52 anos, avós dos meninos – João Miguel da Silva, 7 anos e Ulisses Gabriel da Silva, 8 anos, também foram os autores dos envenenamentos dos garotos em Parnaíba, no dia 22 de agosto do ano passado e dos outros casos ocorridos em janeiro deste ano, com oito mortes entre familiares e uma vizinha, em Parnaíba (a 340 km de Teresina), chocou o país. 

O inquérito foi concluído pelo delegado Abimael Silva que indiciou o casal (Francisco de Assis e Maria dos Aflitos)  por 23 crimes que pode levar a mais de 200 anos de prisão. Os assassinatos foram por crime de ódio, segundo o inquérito, devido ao conflitos de morarem 12 pessoas em uma pequena casa de dois quatros, uma sala e cozinha.  

A investigação confirma que os crimes de intoxicação – que ocorreram em agosto e no ano novo – foram “premeditados e planejados”. Segundo o delegado Abimael Silva, a avó dos meninos, revelou que os garotos foram envenenados com suco instantâneo. 

Outra conclusão do inquérito é que a Lucélia Maria da Conceição, 53 nos, que ficou quase quatro meses presa na penitenciaria Feminina em Teresina, é inocente.  Francisco de Assis vai responder por fraude processual por entregar uma sacola de cajus a Polícia Civil alegando serem alimentos envenenados. Francisco de Assis nega todas as acusações.

Maria dos Aflitos vai responder por denunciação caluniosa por registrar boletim de ocorrência contra Lucélia e acusá-la de homicídio contra os dois meninos. “O que de fato provocou embaraço nas investigações e levou à prisão de terceira pessoa não responsável pelo crime”, diz o inquérito. 

Veja os crimes: 

Crimes de Francisco de Assis:

4 homicídios triplamente qualificados
3 feminicídios
2 tentativas de feminicídio
1 tentativa de homicídio triplamente qualificado
1 fraude processual

Crimes de Maria dos Aflitos:

4 homicídios triplamente qualificados
4 feminicídios
2 tentativas de feminicídio
1 tentativa de homicídio qualificado
1 denunciação caluniosa


 

Entenda o caso

As primeiras vítimas foram envenenadas em agosto — duas crianças, de 7 e 8 anos, filhos de Francisca e netos de Maria dos Aflitos. 

No mesmo mês, foi detida Lucélia Maria da Conceição Silva, uma vizinha no bairro, suspeita de envenenar os dois irmãos com cajus. No dia da prisão, a casa dela foi apedrejada e incendiada.

Francisco de Assis da Costa, que até então não era considerado suspeito, disse que a vizinha havia dado a fruta envenenada às vítimas. Policiais encontraram na casa dela chumbinho, um veneno para rato. A perícia, na época, informou que nos corpos dos meninos havia sido detectada a substância terbufós, presente no veneno chumbinho.

No entanto, o exame em si nas frutas consumidas pelos garotos demorou quatro meses para ser divulgado, e não constatou a presença do mesmo pesticida que matou as vítimas. Lucélia Silva, então, foi solta após passar quatro meses e 20 dias na prisão.

Quando Francisco foi preso, no dia 8 de janeiro, a polícia encontrou na casa deles materiais sobre o nazismo. Em um dos livros, havia uma citação grifada: "os venenos devem ser sem gosto e cheiro". Na ocasião da prisão, o padrasto disse ser inocente e que "Deus vai mostrar o culpado".

Maria dos Aflitos da Silva, que foi presa na sexta-feira (31), disse que estava "cega de amor" pelo marido e que colocou veneno no café da vizinha, segundo o delegado Abimael Silva, da Delegacia de Homicídios de Parnaíba. Segundo a Polícia Civil, em depoimento, Maria dos Aflitos admitiu que matou a vizinha Maria Jocilene da Silva, 41, com café envenenado.

Ela diz que o marido, Francisco de Assis Pereira da Costa, preso desde o dia 8 de janeiro, envenenou os demais mortos. 

A vizinha (Maria Josilene) foi envenenada por duas vezes. Primeiro, com arroz ingerido no primeiro dia do ano, mas sobreviveu. Depois, com café, no dia 22, quando Francisco já estava preso. Ela morreu dois dias depois.

Conforme o delegado, o envenenamento no dia 22 foi uma forma, nas palavras da suspeita, de matar a vizinha simulando um infarto. A intenção seria fazer com que a culpa pelas outras mortes recaísse sobre a vizinha, inocentando o marido.

Ao ser presa, e admitir a morte da vizinha, Maria dos Aflitos então passou a dizer que Francisco tinha comprado o produto e envenenado todos.

Maria dos Aflitos é mãe de dois e avó de cinco dos mortos por envenenamento. O casal tem um relacionamento há cinco anos. Ele não era pai e avô das vítimas.

Em um intervalo de cinco meses, de agosto de 2024 a janeiro de 2025, morreram envenenados cinco irmãos pequenos, um deles um bebê de um ano e oito meses. Além disso, morreram a mãe das crianças, Francisca Maria da Silva, o irmão dela, Manoel Leandro da Silva, 18, filhos de Maria dos Aflitos.

A perícia científica constatou que os oito foram mortos com pesticida, veneno usado em plantas e para matar ratos. No almoço do dia 1º de janeiro, o veneno foi colocado no arroz, e os irmãos foram intoxicados com suco. Sobreviveram ao envenenamento o filho da vizinha, de 11 anos, e uma filha de Maria dos Aflitos, de 17 anos

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