Em vistoria, a Polícia Militar do Piauí encontrou um tablet e um aparelho celular na cela da vereadora Tatiana Medeiros, que está presa no Quartel Geral da PM, no bairro Cristo Rei, zona Sul de Teresina, nesta terça-feira (20).
O Cidadeverde.com apurou que a Polícia Militar instaurou Processo Administrativo para investigar quem levou o tablet e o celular.
A vereadora está presa desde o dia 3 suspeita de integrar facção criminosa, compra de votos, falsidade ideologia e lavagem de dinheiro.
Recentemente, a parlamentar estava tendo consultas online após reclamar de crise de ansiedade na cela. No entanto, a presença do tablet na cela só é permitido com data e horário marcado e após a consulta o aparelho é recolhido do local.
Tatiana Medeiros está presa no quartel porque é advogada e foi um pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil/PI).
Dois pedidos de soltura já foram negados pela justiça eleitoral do Piauí e sua defesa acionou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e o ministro Nunes Marques dará liminar se consegue liberdade a parlamentar ou se mantém a sua prisão.
Vereadora continua recebendo salário
O presidente da Câmara Municipal de Teresina confirmou na manhã desta terça-feira (20) que a Casa convocará o suplente da vereadora Tatiana Medeiros (PSB), o empresário Leônidas Jr. (PSB), no próximo dia 4 de junho. Mesmo presa e afastada dos trabalhos, a vereadora receberá normalmente o salário de cerca de R$ 25 mil.
O parlamentar confirmou que Tatiana Medeiros continuará recebendo mensalmente o salário de vereadora.
“Ela continua vereadora, está apenas afastada do cargo, mas continua sendo a vereadora eleita pelo povo. O fato de não haver trânsito em julgado, de não ter sido ainda condenada, e de ainda haver um processo em que ela terá direito ao contraditório e à ampla defesa, significa que ela continua recebendo seu salário”, afirmou.
Investigação da Polícia Federal
A vereadora, seu namorado Alandilson Cardoso, que está preso em Minas Gerais e seu padrasto Stênio Santos foram indiciados em investigação realizada pela Polícia Federal.
De acordo com a investigação da PF, o padrasto de Tatiana Medeiros – Stênio Ferreira Santos – atuava como intermediador da parlamentar em pagamentos relacionados à compra de votos e à lavagem de dinheiro por intermédio do Instituto Vamos Juntos, fundado por Tatiana.
Durante busca e apreensão no Instituto Vamos Juntos, a PF encontrou documentos contendo listas de eleitores e um relatório intitulado “Relatório Votos Válidos”, que consta registros de pagamentos realizados via pix a lideranças e eleitores. Também foram recuperadas informações destruídas de aparelhos eletrônicos da parlamentar. O juiz também determinou a suspensão das atividades da ONG da parlamentar.
Para a PF, a relação estreita entre Stênio Ferreira Santos, o namorado de Tatiana, Alandilson Cardoso Passos, que está preso em Minas Gerais, e Maria Odélia Medeiros, mãe da parlamentar, reforça a existência de um esquema financeiro para beneficiar a eleição de Tatiana Medeiros.
Segundo a investigação, a compra de votos era no valor de R$ 100 e com transferência via pix.
Em áudio, o namorado informou que investiu R$ 1 milhão na campanha da Tatiana e sugeriu que a facção criminosa tinha uma representante na Câmara Municipal