O Tribunal do Júri de Teresina condenou a 25 anos de prisão, nesta quinta-feira (22), Francisco das Chagas Pinheiro dos Santos, de 57 anos, pelo assassinato da esposa, Marlusia da Conceição Jacob dos Santos.
O crime aconteceu no dia 4 de junho de 2019, dentro da casa onde o casal morava, na Zona Leste da capital.
De acordo com a acusação do Ministério Público do Estado, Francisco atacou Marlusia com 22 facadas após uma discussão iniciada quando ela perguntou se ele havia bebido. A vítima chegou a gritar por socorro, mas não resistiu aos ferimentos. A causa da morte foi politraumatismo por choque hemorrágico em decorrência de ferimento por arma branca, segundo laudo do Instituto Médico Legal.
Durante o julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu que o crime foi cometido por motivo fútil, sem chance de defesa para a vítima, e que se trata de feminicídio.
Na sentença, a juíza responsável pela decisão destacou a brutalidade do crime, cometido dentro do quarto da vítima, um espaço que deveria ser de segurança. Além da violência, o assassinato causou grande impacto emocional na família de Marlusia, que deixou três filhos e netos.
À época, a irmã da vítima, Marlene Jacob, chegou a presenciar o cunhado dentro da casa, tentou salvar a irmã, mas, segundo ela, Francisco tentou agredi-la. Marlene saiu correndo para fora da casa e, nesse momento, o suspeito aproveitou para fugir a pé.
A defesa tentou reduzir a pena alegando que o acusado agiu sob forte emoção após uma suposta provocação da vítima. O argumento, no entanto, foi rejeitado pelos jurados.
Francisco das Chagas está preso e cumprirá a pena de 25 anos de reclusão em regime fechado, sem direito à progressão imediata.
A Justiça entendeu que não houve excesso de tempo entre as etapas do processo e que o prazo legal para punição foi respeitado