Preso na quinta-feira (29) por apologia ao crime e envolvimento com facção criminosa, o MC Poze do Rodo escolheu ficar em uma ala do Comando Vermelho (CV), na Penitenciária Serrano Neves, conhecida como Bangu 3.

O SBT teve acesso ao documento em que o próprio cantor preencheu as "preferências" no prontuário de triagem após a prisão. Marlon Brendon Coelho Couto Silva, que é o nome verdadeiro do MC, assinalou a escolha do CV no campo de ideologia declarada.

A indicação do vínculo com facções criminosas em presídios ou grupos identitários pode fazer com que um detento não seja colocado com presos de grupos criminosos rivais, o que diminuiria tumultos, brigas e outras disputas internas na unidade prisional. O procedimento é assinalado por qualquer detento.

Além do CV, ainda há as seguintes opções:

Neutro
A.D.A (Amigos dos Amigos, facção criminosa)
T.C.P (Terceiro Comando Puro, facção criminosa)
Federal/Estrangeiro
Servidor Ativo
Ex-servidor
LGBTQIA+
Milícia
Foto: Reprodução/SBT

O documento ainda mostra o tempo da prisão temporária, que é de 30 dias, convertida pela Justiça em audiência de custódia. Marlon assinalou seu vulgo, que é o apelido, como Poze.

Prisão mantida

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) manteve, nesta quinta-feira (29), a prisão do cantor MC Poze do Rodo, investigado por apologia ao crime e associação com a facção Comando Vermelho (CV). Ele foi preso durante uma operação no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense.

Em nota ao SBT News, o TJ-RJ informou que Marlon Brandon Coelho Couto Silva - nome de batismo do artista - teve a prisão mantida após audiência de custódia. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP) confirmou que ele deu entrada no Presídio José Frederico Marques, em Benfica, zona norte do Rio.

Durante o cumprimento do mandado, policiais apreenderam na residência do funkeiro um carro de luxo BMW X6 vermelho, avaliado em cerca de R$ 1,3 milhão, além de joias, relógios, bolsas e pulseiras de grife.

Segundo as investigações, Poze realizava apresentações em áreas dominadas pelo CV, onde havia presença ostensiva de traficantes armados com fuzis, que garantiam a segurança dos shows. A Polícia Civil aponta que esses eventos seriam usados pela facção para aumentar os lucros com a venda de drogas.

Os investigadores também afirmam que o repertório musical do cantor faz apologia ao tráfico e ao uso de armas de fogo, além de incitar confrontos entre facções rivais. Para os agentes, as letras “extrapolam os limites da liberdade de expressão e artística”, caracterizando crimes de apologia ao crime e associação para o tráfico